"Quando o mundo não é projetado para você não é acessível para todos"

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A CASA ACESSÍVEL


Toda pessoa com deficiência deve sonhar com a casa ideal, um lugar acolhedor e bem acessível. Um local em que ela não tenha que passar pelas mesmas dificuldades que tem que encarar nas ruas, em espaços ainda não adaptados para suas necessidades. Assim, nasceu na arquitetura o conceito de desenho universal (já falamos no blog). Nele, são criados espaços pensados para diferentes necessidades de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, idosos, gestantes, altos, baixos, mais obesos e etc.

Imagine levar este conceito para a sua casa? Mas, todos podem pensar que custa muito fazer adaptações, em uma casa que está sendo construída ou reformada. Segundo o site da DUCA (Desenho Universal Consultoria em Acessibilidade), não é tão caro construir uma casa adaptada. “Estima-se um acréscimo de apenas 1% no custo das construções que contemplem os itens de acessibilidade. Em contrapartida, pode-se onerar em 25% o custo de uma obra que não promoveu as adequações de maneira adequada”, explica.A arquiteta Camila Caruso, proprietária e sócia da Duca, conta sobre o projeto que fez, um banheiro acessível para uma menina. Camila soube da história de Emilly, pelo fotógrafo Arthur Calazans que tinha feito um ensaio para o blog do Jairo (Assim como você) contando a história dela e resolveu ajudar. Depois de visitar Emilly, a equipe da DUCA percebeu mais dificuldades e resolveram aumentar o escopo do trabalho.

Como na maioria dos banheiros, a porta do banheiro era menor do que 0,80 metros e assim a menina tinha que sair da cadeira fora e ser carregada até o sanitário. As maçanetas não eram alavancas e faltavam barras de apoio próximo ao vaso e no box. Acessórios como pia, interruptor eram altos demais. “Tudo era feito pela mãe, Emilly não tinha autonomia nenhuma. Queríamos dar mais independência para garota ativa”, explica Camila. Logo, aumentaram o vão da porta, colocaram espelho inclinado, vaso projetado para altura certa, banquinho no chuveiro, entre outros.

“O sanitário é o cômodo que consideramos mais relevante no custo, porque as barras e o banco reclinável são de inox (recomendamos), pois é um material caro, mas dá segurança e conforto e segue a Norma NBR 9050”, revelou a arquiteta. Alguns cuidados têm custo baixo: como colocar tapetes no banheiro, deixar espaço de um metro entre os móveis, na cozinha os armários devem ser baixos, mas colocados com espaço para aproximação, camas da altura da cadeira, entre outros.

O projeto da casa de Emily já está pronto, mas a obra deve começar no dia 4 de abril. Camila teve que atrás de parceiros para concluir a obra, e com o projeto abriu uma parte de responsabilidade social da empresa. “Agora, ajudamos diversas pessoas explicando o que fazer com desnível da casa,e outras questões. Tem uma pessoa que trabalha na empresa que fica ao telefone tirando todas as dúvidas”, completa.

Reportagem feita por Tancy Costa do Blog Guia Inclusivo.